15 de set. de 2017

09/11/2013 - 14h42 - Atualizado em 09/11/2013 - 14h48 - POR ERIN MIZUTA Sexo e nu no museu

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09/11/2013 - 14h42 - Atualizado em 09/11/2013 - 14h48 - POR ERIN MIZUTA

Sexo e nu no museu

Quadro de Munch no Museu d'Orsay (Foto: reprodução)Salvar

"É uma exposição arriscada", declarava Amélie Hardivillier, porta-voz do Museu d'Orsay, no suplemento do jornal The New York Times publicado pela Folha de S. Paulo na última terça-feira. "Nosso objetivo não é provocar, ser militante ou gerar um escândalo", dizia.
Tanto cuidado era  referente à repercussão causada pela exposição Masculin/ Masculin. O homem nu na arte de 1800 até os dias atuaisem exibição no museu até 2 de janeiroCriada por cinco curadores, a mostra que buscava, segundo o presidente do museu, Guy Cogeval, "entreter e surpreender", também mostrava intuito em questionar a presença predominantemente masculina na arte - que invariavelmente trazia modelos femininos nus como tema. Daí o nome Masculin/ Masculin: o ponto de vista é sempre masculino.
"L'Age d'Airain" (A era do Bronze), de Rodin, no Museu d'Orsay (Foto: reprodução)

Sexo vende, é claro. Mas mesmo sem conotação sensual na grande maioria das obras (que vão das esculturas de Rodin e o expressionismo de Munch a fotos da seleção francesa e do rapper Eminen - estas, sim, mais ousadas), o museu parece ter se assustado com a força do tema.
 "O paradoxo é que pensamos que vivemos em uma sociedade muito liberada, mas os nus masculinos ainda chocam as pessoas", disse Xavier Rey, um dos curadores da exposição, ao Telegraph. O vídeo de apresentação da mostra foi classificado para audiência maior de 18 anos no YouTube.
O resultado é uma média de 4,5 mil visitantes por dia, o que, de acordo com o museu, é o triplo de uma exposição na mesma época no ano passado.
Obra de Kitagawa Utamaro, de 1788 (Foto: reprodução)

Os britânicos apostaram na mesma linha e agregaram o "exotismo" de uma cultura oriental - cuja produção artística não tem contato com a moral cristã.

Shunga - Sexo e prazer na arte japonesapromete mostrar 170 gravuras eróticas produzidas entre 1600 e 1900 que ficaram ocultas nos arquivos do museu e foram consideradas tabu no século 20. Produzidas por artistas do ukiyo-e, a técnica de gravura japonesa mais conhecida e disseminada no ocidente por Hokusai, que fez as visões do Monte Fuji, elas têm o nome literal de "imagens da primavera".

Elas podem resultar surpreendentes. Mas uma das coisas mais curiosas é que as imagens explícitas eram apreciadas e acessíveis a todas as classes sociais da época  - algo impensável para a sociedade européia na mesma época, segundo o curador Tim Clark. "No oeste temos esta divisão rígida sobre o que consideramos arte de um lado e o que achamos obsceno e pornográfico no outro", diz no vídeo de apresentação.


Elas não têm causado tanto barulho com a censura - e foram até consideradas "afetuosas" pelo Daily Mail, mas o museu insiste na recomendação de que menores de 16 anos sejam acompanhados pelos pais. A mostra fica em cartaz até o dia 5 de janeiro.
http://gq.globo.com/Blogs/Erin-Mizuta/noticia/2013/11/sexo-e-nu-no-museu.html

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